Há quem diga que nome “Edgard Dantas” não combina ou não traz sorte quando o assunto é aviação. O próprio Edgard morreu em desastre aéreo, se tornando a primeira vítima de acidente com avião no RN, em 23 de maio de 1930.
Doze ano depois, em 14 de maio de 1945, o Aeroclube do RN foi contemplado com o Paulistinha Cap-4, e resolveram batizar a aeronave por “Edgard Dantas”. A doação foi resultado da Campanha Nacional pela Aviação que durante parte da Segunda Guerra Mundial arrecadou donativos para compra de aviões militares e alguns civis para serem utilizados na formação de novos pilotos.
Um mês depois, em 14 de junho, o nome voltou a marcar negativamente a aviação, pois o Paulistinha “Edgard Dantas” se acidentou em Angicos, a 200 km de Natal, matando o piloto e então o presidente do Aeroclube do RN, o senhor Fabrício Gomes Pedroza e deixando ferido o passageiro Paulo Sobral Correia.
O acontecimento parou a sociedade potiguar. Fabrício era membro da tradicional família, filho do industrial e pioneiro da aviação, Fernando Pedroza, que era colega de turma do próprio Edgard Dantas (1930). Um dos seus irmãos, o político Sylvio Pedroza, assumiu o Governo do Estado do RN (1951 a 1956), após um acidente aéreo vitimar o então governador Dix-Sept Rosado.
O nome de Edgard Dantas, desatre e aviação não para por aqui. Essa relação teve ainda um terceiro episódio, em 14 de dezembro de 1947, o avião do Aeroclube de matrícula PP-TNO fez um pouso forçado no município de Pedra Preta, matando o piloto José Pereira Tim e deixando o deputado estadual Dix-Huit Rosado com fraturas no maxilar e braço. Acontece que essa aeronave voava com o motor recuperado do Paulistinha “Edgard Dantas”, que caiu com Fabrício Pedroza, em 1945.
Essas coincidências trágicas levantaram inúmeras superstições envolvendo o nome “Edgard Dantas” e a aviação.
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