Especial FEB – Monte Castelo: A maior conquista?

A Tomada de Monte Castelo, em 21 de fevereiro de 1945, é motivo de discussão há anos, principalmente no tocante se foi ou não tão importante. É óbvio que diante do que representa e o que foi a Segunda Guerra Mundial, a qual resultou em milhões de mortes e quilômetros quadrados de destruição, esse é apenas mais um capítulo, talvez um capítulo menor dentro de um amplo livro se formos fazer essa comparação. Contudo, ao estudar mais sobre a FEB e seus feitos, podemos reconhecer e ver os reais motivos de sua importância.

Foi um episódio marcante e motivador para a força expedicionária e o Exército Brasileiro, citado até os dias atuais como exemplo de luta, esforço e conquista. O Monte Castelo era um importante ponto estratégico, localizado na região dos Apeninos, na Itália (44°13’17.1″N 10°57’14.7″E) e sua conquista foi resultado de uma série de ofensivas iniciadas ainda em novembro de 1944, inclusive com um tanto de derrotas impostas aos aliados, até a chegada da FEB. Mas não seremos levianos em afirmar que foi apenas por isso.

A mudança de estratégia, a chegada de reforço, um inverno castigador para ambos os lados, ataques coordenador e a tomada simultânea de outros pontos, foram essenciais para o sucesso dos pracinhas. Sua conquista ganhou o destaque na imprensa brasileira, quando foi apontada talvez como a primeira grande vitória, depois de meses de matérias desacreditando a capacidade de nossa tropa, até mesmo entre os membros do Alto Comando Aliado.

À primeira vista o Monte Castelo não seria algo tão desafiador, contudo, fazia parte de um plano maior. A dificuldade apresentada em sua tomada e o esforço dos alemães em manter aquela posição demonstra bem isso, pois de lá mantinham o controle de uma passagem importante que colocava em risco o domínio do Vale do Pó. Com o passar da guerra, a sua conquista ganhou outros contornos, sendo vital para o avanço do XV Grupo de Exércitos Aliados, naquela altura composto por americanos, ingleses, poloneses, canadenses e até resistência italiana.

Para o Brasil, o resultado foi mais de 400 baixas – entre mortos e feridos – e um número em torno de 30 a 40 abatidos em combate, sendo difícil dizer o número exato, pois há casos como do soldado potiguar Belmiro Ferreira da Silva, que caiu em combate no dia 26 de fevereiro, teoricamente, com o monte já tomado.

Por fim, Monte Castelo serviu para melhorar o ânimo e o desempeno da FEB, além de o avanço da tropa e garantir vitórias futuras como de Montese e Fornovo.