Após o post sobre a relação entre o RN e a bomba atômica, surgiu uma curiosidade. O que aconteceria em Natal/RN se uma bomba nuclear de 15 quilotons fosse detonada a 600 metros do solo, ou seja, as mesmas condições da cidade japonesa de Hiroshima, em 6 de agosto de 1945?
Para esse exercício ficcional, utilizamos o simulador de ataque nuclear virtual (Nukemap) onde selecionamos o marco zero o cruzamento das avenidas Rio Branco e João Pessoa, que em 1940 seria um importante centro comercial na cidade, a cratera do impacto seria de quase 200 m de diâmetro e 23 m de profundidade, eliminando 8 quarteirões ao redor ou quase 30.000 m² destruídos.
Os primeiros efeitos seriam a radiação, a luz mais o calor como de um sol sobre o local e um forte estrondo. Em frações de segundos, tudo num raio de 260 metros seria evaporizado por uma bola de fogo, isso representa boa parte da Avenida Rio Branco, no trecho entre o Baldo e o cruzamento com Av. Ulisses Caldas. No raio de 540 m, ocorreria o ciclo da explosão pesada gerando uma pressão de 20 PSI e causando danos severos ou demolições em construções de concreto e 100% de mortes em seres vivos.
Na área seguinte, com quase 4 km² ou raio de 1,13 km, encontramos a explosão moderada, onde prédios são danificados, incêndios são alastrados, causando grande número de mortes e feridos. Em limites geográficos, isso representa parte do Tirol, Petrópolis, Ribeira, Cidade Alta, Paço da Pátria e até o Cemitério do Alecrim. Já no raio de 3 km, atingido boa parte da região Leste e bairros ao Sul com limite a Avenida Nevaldo Rocha, também encontraríamos incêndios e explosões, além de janelas e vidraças quebradas, o que provocaria inúmeros feridos.
Mesmo que um ser humano sobrevivesse a isso, se ele estivesse no raio de 1,34 km, provavelmente ele morreria por exposição à radiação ou de um câncer adquirido nos anos seguintes. E a 1,68 km de raio, queimaduras de terceiro grau atingiriam a pele, causando danos graves e irreversíveis, como nervos afetados e amputações.

Outro grande problema e consequência da explosão é a precipitação radioativa, uma nuvem com matéria altamente danosa para a vida e que contaminaria todo o ecossistema, mares, rios e lagoas. Considerando um vento em direção sudoeste, essa nuvem radioativa migraria pela Zona Oeste, chegando com intensidade ainda em Macaíba e Parnamirim. Causaria danos ainda na região Central e do Mato Grande, chegando a São Paulo do Potengi, Santa Cruz e outras pelo caminho.
A estimativa final é que entre 18 e 20 mil pessoas morressem imediatamente ou nos dias seguintes, enquanto que outras 50 mil ficassem feridos. O cogumelo da explosão alcançaria 6,5 km de altitude com diâmetro de até 2,3 km na cabeça.
Nota do editor: O simulador nuclear leva em consideração diversos fatores, entre eles, a densidade populacional. Por isso, quando observamos os números de Hiroshima percebemos um número maior de mortos, considerando ser uma área mais povoada.
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Mapa Nuclear: https://nuclearsecrecy.com/nukemap